sexta-feira, 23 de maio de 2008

ESTUDO - DÚVIDAS SOBRE O CÉU?

RELAÇÕES CHEGADAS NO CÉU
Edward Donnelly

Ora, que dizer daqueles que nos são mais chegados na terra? Continuarei tendo uma relação especial com a minha esposa no céu? Você continuará a tratar os seus progenitores como pai e mãe? Nossos amigos íntimos aqui serão nossos amigos íntimos lá? Está muito bem esperarmos encontrar dezenas de milhares. Mas nós não fomos criados de molde a ainda querermos um círculo mais íntimo? Essas perguntas são naturais, porém não é fácil respondê-las.

Certamente vamos conhecer uns aos outros no céu. O rei Davi esperava unir-se lá a seu pequeno filho falecido. “Eu irei a ela”, à criança, disse ele (2 Samuel 12:23). Paulo concita os cristãos que estavam de luto a que não se entristecessem “como os demais, que não têm esperança. Porque… aos que em Jesus dormem Deus tornará a trazer com ele” (1 Tessalonicenses 4:13,14). A razão para não se entristecerem como os incrédulos é que a sua partida não é permanente. Eles tornarão a encontrar-se. Não podemos conhecer no céu menos que na terra, e, portanto, reconheceremos aqueles que eram nossos conhecidos aqui. Certamente isso é um consolo.

Também nos é dito que muitos aspectos do casamento não serão próprios na glória, onde “nem casam nem são dados em casamento” (Mateus 22:30). Não haverá reprodução. O marido não precisará de uma auxiliadora, nem a esposa precisará de alguém que lhe dê carinho protetor. As crianças não vão requerer cuidado paterno. A relação entre Cristo e Sua Igreja será tão óbvia que tornará desnecessária uma ilustração humana. Significaria, então, que o seu marido ou o meu melhor amigo não serão para nós mais do que qualquer pessoa entre as multidões de remidos? Não penso assim. Todas as coisas boas serão melhores no céu do que na terra. Se Deus deu a você um cônjuge cristão, um pai ou filho ou irmão, ou amigo, você pode estar certo de que, sejam quais forem os parâmetros das suas relações futuras com eles, a amizade será mais chegada do que agora. Você os conhecerá mais intimamente, os amará mais intensamente, deleitar-se-á neles mais plenamente. É impossível que percamos alguma coisa boa nesse lugar repleto de coisas boas. Podemos observar os cristãos que amamos especialmente e louvar a Deus por continuarmos a amá-los, e cada vez mais, para todo o sempre.Infelizmente, muitos se esquecem disso, e retratam o céu como um lugar enfadonho, monótono e sem vida. Quão diferente é o ensino da Escritura!

Richard Baxter toca num perfeito equilíbrio entre super e subvalorizar os nossos amigos: “Quando eu contemplo o semblante dos preciosos filhos de Deus, e confiantemente penso naquele dia, que reanimador pensamento é!… Devemos ser cautelosos para que em nossos pensamentos não vejamos nos santos o que só há em Cristo, nem esperemos que grande parte do nosso conforto esteja em desfrutar sua presença e companhia; somos muito propensos a esse tipo de idolatria. Todavia, Aquele que nos manda amá-los agora, vai nos deixar amá-los então, quando Ele próprio vai torná-los muito mais amoráveis. Eu sei que Cristo é tudo em tudo; e que é a presença de Deus que faz com que o céu seja céu. Contudo, adoça muito os meus pensamentos sobre aquele lugar saber que lá existe essa multidão de amigos meus em Cristo, os mais queridos e os mais preciosos”.

Fonte: Depois da Morte, O Quê, Edward Donnelly, Editora PES, 166-168.

Nenhum comentário: